As orelhas, na grande maioria das vezes, passam despercebidas, seja por estarem escondidas atrás dos cabelos ou por terem uma aparência neutra, ganhando destaque por conta dos adornos, brincos e piercings que muitas pessoas usam para decorá-las.
No entanto, quando as atenções se voltam às orelhas é, geralmente, por conta de alguma característica negativa, como a famosa “orelha de abano”, o que pode gerar alguns problemas, como provocações, no caso das crianças e adolescentes.
Enquanto algumas pessoas não se incomodam com a característica e aprendem a transformar negativo em positivo, adornando de formas diferentes e criando um estilo próprio, outras, ou se incomodam demais para buscar essas alternativas, ou possuem um formato que realmente não permite esse caminho.
De qualquer forma, essa alteração pode levar a pessoa ao consultório médico em busca de uma correção cirúrgica: e tudo bem buscar essa opção!
O que é a Otoplastia
Derivada das palavras gregas oûs(orelha) e plássein(moldar), podemos traduzir “otoplastia” como moldar a(s) orelha(s). Ou seja, remete aos procedimentos para corrigir defeitos e deformidades da orelha externa ou reconstruir uma orelha defeituosa ou deformada por problemas congênitos ou trauma.
Evolução da Otoplastia
A origem do procedimento é um tanto antiga, sendo desenvolvida pelo médico ayurvédico Sushruta (800 anos A.C) com objetivo de reconstruir orelhas que foram mutiladas e amputadas como punição criminal, militar ou religiosa.
Claro que estes procedimentos primordiais são bem diferentes dos modernos, no entanto, há registros deles sendo utilizados até o final do século 18 quando foi completamente substituído por procedimentos mais modernos.
Embora não sejam mais utilizadas, essas versões históricas da medicina serviram como base para sedimentar o conhecimento médico científico atual.
Uso da Otoplastia
Existe uma série de alterações e correções possíveis para a região, mas o uso mais comum do procedimento é para a correção de orelhas de abano.
O que é orelha de abano
A orelha de abano é uma má-formação causada pela rotação anterior do pavilhão auricular (parte visível da orelha), sendo um problema puramente estético, de origem primária genética que atinge cerca de 5% dos brasileiros.
Apesar de ser um problema estético e não causar danos diretos à saúde do paciente, ela se tornou um dos principais motivadores de bullying na escola, o que pode resultar em danos psicológicos e sociais devido às brincadeiras exageradas.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, existem diversos estudos que demonstram a relação entre o bullying e a perda de desempenho escolar. Estes e outros problemas são responsáveis pela crescente busca pela otoplastia para crianças.
Como é feita a Otoplastia
De modo geral, a otoplastia costuma ser um procedimento simples, com pequenos cortes na parte de trás da orelha, remoção do excesso de cartilagem e a criação de uma nova dobra que permita à orelha ficar junto à cabeça.
As incisões são realizadas na parte de trás da orelha e, em geral, são de boa qualidade. O procedimento é considerado seguro e o risco da anestesia é muito pequeno (menor que 0,1%).
Cuidados pós-operatórios
O principal cuidado após a otoplastia é a utilização de uma faixa elástica durante o primeiro mês e depois, apenas à noite, durante mais um mês. Outros cuidados específicos serão indicados pelo cirurgião.
Devo levar meus filhos para fazer a cirurgia?
Essa é uma decisão pessoal, no entanto, caso seu filho ou filha possua orelhas de abano e esteja sofrendo com problemas relacionados como bullying, você deve procurar tanto um psicólogo quanto o cirurgião plástico para entender quais benefícios o procedimento pode trazer, assim como entender mais a fundo a situação da criança.
Devo eu fazer a cirurgia?
Se for por motivos funcionais, você deve consultar seu médico sobre qual a melhor opção para o seu problema e tirar suas dúvidas com o cirurgião plástico. Caso a operação seja por motivos estéticos, essa será uma decisão pessoal, porém, ela deve ser bem informada com o acompanhamento do seu cirurgião.